SENTIDOS

Meus olhos, pobres janelas de minh'alma

Cansados de captar a maldade humana

Se fecham a cada imagem, em trauma

Negando-se a filtrar atividades mundanas

Minha boca, pobre alto falante carnal

Cansada de tentar se fazer entender

Se fecha a cada palavra infernal

Negando-se às suas frases perder

Meus ouvidos, pobres antenas humanas

Cansados de ouvir gritos de desespero

Se fecham ao som das ratazanas

Negando-se a aceitar dos ruídos, o erro

Eu, uma pobre máquina de carne e osso

Cansado das andanças da vida vazia

Me fecho aos hipócritas perdidos no fosso

Negando-me a acreditar na deidade tardia