"O CURSO DO RIO"

Rios de dinheiro, lavam o nosso cinzeiro;

Das cinzas e da paz; a doce prometida...

Na corrente, passam os troncos primeiro.

Depois, os corpos cegos e mutilados.

A melancolia das águas; objetos sem vida.

O barro e a espuma; nos corpos inchados.

Já não há nada para arrastar e dissolver...

O curso do rio é uma ladaínha arrependida.

Tudo, há muito se desagregou do saber.

Aquilo que escorre, são restos do nada...

Não consigo mais avistar aquela ponte;

O rio que nos engole, esqueceu a sua fonte...

Mongiardim Saraiva
Enviado por Mongiardim Saraiva em 09/08/2013
Reeditado em 10/08/2013
Código do texto: T4427352
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.