Recortes
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É tudo da minha cabeça.
Na realidade, até a ilusão.
Inventei isso tudo:
inventei nós dois,
inventei você...
Inventei uma realidade impossível.
Viajei numa viagem,
que deveria, apenas deveria,
ser a dois.
Que pena, viajei sozinho!
Você tem razão.
Entre nós existe um idiota.
Mesmo!
E tem nome: sou eu!
Coisa de poeta,
de quem viaja demais,
sonha demais,
deseja demais...
Criando realidades impossíveis.
Tolice de quem deseja por dois,
ama por dois,
quer por dois.
Levando, em troca,
chutes, promessas;
cobranças e acusações.
Culpa de quem tenta aproximar-se...
Em você, infelizmente,
O poeta é tarado, grosseiro...
aproveitador – só quer usar e jogar fora!
Em você, infelizmente,
toda a atenção se reveste.
E surge o homem safado...
Ia esquecendo: o homem nojento também!
Acima de tudo, nojento.
Preciso parar de ler Platão.
Crato-CE, 03 de Agosto de 2013.
15h22min
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