Artefatos poéticos

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Por que atender aos seus apelos,

se não atende a nenhum dos meus?

Que entendimento de justiça é o seu?

Quando entoa a voz, nesse diapasão,

faz-me um pedido, ou seria ordem dada?

Se for um pedido, a ele atenderei;

se uma ordem, moça, obedecerei!

<< Gosto de você porque fala o que pensa. >>

Gostar não basta!

Tocar seu corpo é melhor que ficar cego.

De tanto olhar essa tela fria,

meus dedos estão duros, coitados!

Não há ponderações, mas injustiça!

Releia tudo, com calma...

Está sendo por demais impugna comigo.

Tenho sofrido, muito mesmo!

<< Não fale assim, por favor! O que viu em mim? >>

Tudo!

O artesão poético tenta ser primoroso,

dando, a cada palavra, sentido singular.

... Voltando ao sofrimento...

<< Fui pedida em casamento, acredita? Sente ciúmes? >>

Se ficar chateado é ter ciúmes, estou.

Tento aproximação e, de repente,

surge um carinha cantando,

pedindo você em casamento...

Isso é maravilhoso!

Ele deve estar fazendo gracinhas...

Você fazendo charminho,

chamando-o de louco.

<< Pare com isso! >>

Ele vai criando força, solta mais gracinhas;

você faz mais charminho...

E assim o papo vai ficando bom.

Depois vem o convite para sair.

Que será aceito.

E...

Não me chame para ser padrinho!

Juazeiro do Norte-CE, 31 de Julho de 2013.

12h39min

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Nijair Araújo Pinto
Enviado por Nijair Araújo Pinto em 31/07/2013
Código do texto: T4413227
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