Ao final, quem sou

Queria ter palavras que falassem

o que as minhas letras tortas não me dizem;

e fazer delas as minhas pastagens,

percorrer o sentido da vida sem vertigem.

Vasculharia meus olhos nos limbos empoeirados;

sem chorar, neste meu monturo de ilusões.

Seria pra achar algum significado

no que ontem foram sonhos e agora, borrões.

Mas disseram que a regra não é essa.

Que é preciso crer que cada dia tem seu mal,

que o oculto é divino e que o viver não tem pressa

que é tolice manter tal sina, fazer da dor o mote fanal.

Então, manter-me assim é o que me resta,

reler pra sempre a linha da minha rima cabal.

Me esquecer que dor é esta

de não saber quem sou ao final.

Alex Gois
Enviado por Alex Gois em 30/07/2013
Reeditado em 30/07/2013
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