Entranhas sentimentais

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Parece estranho,

estranho me parece.

Ontem, havia angústia,

buscava ardentemente...

Hoje, sem muito esforço,

a ausência já não é sofrida.

Sinto, claro que sinto!

Os empurrões,

os pedidos de adeus;

sinto que a desconfiança,

agregada a tantos refugos,

prepara-me para o derradeiro suspiro.

Sentir.

Sentimento.

Mutações fonéticas?

O ser sofrido,

alijado em seus anseios,

reveste-se de escudos...

A cara limpa, sem retoques,

não suporta tantas pancadas.

Suporte.

Suportar.

Suportaria?

Que alma,

minimamente lúcida,

depois de tanto buscar,

permaneceria irretocável?

Os apelos,

os pedidos...

Os “por que não me esquece?”

Soam como árias estridentes:

vão batendo, batendo...

sangrando, sangrando...

Até que as artérias,

que pulsavam alucinadamente,

perdem a salutar força,

o elo cativante,

e o corpo não pede mais.

Crato-CE, 30 de Julho de 2013.

01h11min

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Nijair Araújo Pinto
Enviado por Nijair Araújo Pinto em 30/07/2013
Reeditado em 30/07/2013
Código do texto: T4410933
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