Gelo.

De tão dormente, meu peito não doí mais.

Até parece que adormeceu em um sono profundo...

Mas sei que ele está fraco, que está magoado...

Pois cada palavra fria sua, cada bom sentimento que você joga ao ar como se não valessem mais nada pra você...

São transformados em meu rosto, com a mesma expressão de dor...

As lagrimas caem sem nem ao menos eu deseja-las, ou sentir que estão por vim.

Por que você faz isso comigo? Por que?

Sinto que meu coração nem palpitar, palpita.

Sinto somente um vazio imenso dentro de mim...

Os ecos de cada lagrima que cai ao chão por conta da sua amarga sedução...

Enchem mais meu peito com a dor... Mas...

É como amar o frio... Ele é confortante, em excesso te queima mas...

Depois te deixa sem dor alguma, ameniza tudo, mas você sabe, você sente que está lá...

Que aquele gelo ainda está lá, mesmo que esteja dormente o suficiente para não senti-lo.

Você sabe que aquele cubo ainda está queimando sua carne, por mais que não sinta... Por mais que não consiga mais perceber.

Esta dormência que está em mim, que está me tomando...

Que já me tomou...

Mas apenas uma palavra sua... Me faz desabar.

E nem o calor das lágrimas conseguem derreter esse sentimento frívolo que jogastes em mim.

E nem... O calor de meu corpo consegue esquentar...

As lágrimas evaporam antes mesmo de escorrer em meu peito.

É um rumo sem volta, um rumo de dores.

Me sinto tão louca... Mas eu sinto que posso suportar isso por você.