Nossa Vida, Nosso Amor...
O que eu ouvia, qual ácido
Por dentro me corroía
Dizias que me deixavas
Porque à outra amavas
Que era ela a quem querias...
Tua voz soava fria...
Cada palavra, um espinho...
Dilacerada em ciúmes
Não emitia um queixume
Me esvaindo de mansinho...
Ouvindo o que tu dizias
Sentía - me tão pequena
Meu corpo fragilizado
Meu coração mergulhado
Na tristeza mais extrema...
Meus olhos secos, febris
Eu sabia que falavam
E que tu os entendias
Porém que não, tu fingias
E a falar continuavas...
Olhava para o teu rosto
Sem poder acreditar
Que os lábios por mim amados
Vezes sem conta, beijados
Pudessem me torturar...
Um turbilhão de lembranças
Se formou em minha mente...
Nossa vida, nosso amor,
Feitos de alegria e dor
Entre prazeres ardentes...
De repente, num instante
Tudo se acabava assim:
Minha vida em desatino
Numa estrada sem destino...
O que eu faria, de mim?
Pensei pedir - te piedade
Meus lábios entreabri...
A voz morreu na garganta
Eis que o orgulho se levanta
a me dizer: Não morri!
Olhando firme em teus olhos
Que dos meus se desviaram
Sem tremer mandei - te embora
Sentindo, naquela hora
Que minha vida acabara...
Ao ver - me só, tão cansada
Às lágrimas dei vazão
Desfiz - me em prantos de fel
A cabeça, um carrossel
Montanha - russa, vulcão...