Ritmos

Chega um tempo em que os toques são mecânicos,

os beijos apenas um simples e seco roçar.

Os gestos e palavras se tornam antagônicos,

e o silêncio cisma um eterno calar.

Chega um tempo em que só há o costume,

e nem se comenta mais qualquer mudança.

E ninguém se permite tentar ou assume

um ritmo diferente nesta dança.

Chega um tempo só de espera,

um tempo longo e desgastante,

que se debruça num triste entardecer.

Um tempo angustiante, onde impera

a vontade viril e constante

de, sem mais nem menos, morrer.