A SOMBRA DA LUA
Foste a primeira...luzidia!
E ainda sob a luz do sol fez-se notar.
Cristalina, Estrela surgida nos céus,
Refletida pra sempre no meu olhar!
Emanas fascínio, amor...doces venturas.
Inspiras ao coração poesias pra te alcançar.
À noite amei-te... amamo-nos distantes.
Valsamos em prosas e em versos...
Profanas vontades e volúpias delirantes!
Afrontamos os deuses, invejosos, a nos saciar.
Fiz-te Rainha, Senhora de minhas noites e poesias.
Tornou-me Rei, despertou-me Menestrel, louco,
E em versos fizemos amor num intenso bailar!
Agora vazio... vadio, na solidão vâ dos bares vago
Espreitando sua luz fugidia, nas águas azuis, refletida
Como tu, nas cristalinas águas de Iracema a se banhar.
Qual minha poesia, tua luz à sombra da lua, clara e nua,
Não mais reascende nas águas, pedras e cristais...
Castigo dos deuses... désdem atroz!
À noite, a lua radiante saiu pra dançar.
A fúria dos deuses abduziu-me tua luz estelar.
Teu Menestrel louco é ébrio sonhador...
Feito bêbado pôs-se a poetizar... ressaca
Em tempos das águas... revoltas marés,
Vigila à noite, esperando sóbrio te namorar.
Vê teu brilho entre pedras do fundo do mar.