Recado a todas as despedidas
Quero te deixar ir embora como um órfão lançado na corrente
Vagando lentamente pelo riacho, encontrarás um lar
Que será criado sem meu consentimento, longe do ventre
E florescerá heroico e impetuoso para, por mim, lutar
Quero ser as ondas dos mares loucos que te levarão ao amanhã
Servir de guia para teu torpor, pois é tarde da noite
Levar-te às masmorras da dor, à garganta do Leviatã
Fazer das tuas memórias de mim, o seu açoite
Quero te entrevar de saudade, minar sua coragem
Pra que seguir seja um caminho tortuoso
Provar que vale mais a pena planejar uma viagem
A outro erro intempestivo e virtuoso
Vou te levar tatuada em mim, nas profundezas do meu corpo
Onde só eu possa ver, mas nitidamente presente enfim
Pra que todos vejam que aqui, nessa cicatriz de navalha
Viveu a nossa história, o maior amor que vivi