A travessia de Caronte

Livres são

Versos em vão

São beijos ao vento

Suor ao relento

Ofegantes abraços

Sufocando teus passos

Na espera

Sincera

De uma outra primavera,

O brilho do toque

dos lábios

Contradiz teorias

dos sábios

Que sonham apenas brincar...

E resta tanto a dizer,

mas deixo calar.

E onde andará você

que perdi no mirar

do horizonte

Na travessia de Caronte

No frio polar

do vazio que sobrou

quando você virou

e negou

me completar.

Livre estou,

pois livre sou

por não saber

Não ser.

E livres estamos

por todos os anos,

ou mesmo segundos,

em que juntos estamos

Para ir

e voltar

Para rir

e chorar

Pois se sou teu

quem escolheu

fui eu.

Luiz Otávio Esteves
Enviado por Luiz Otávio Esteves em 20/06/2013
Código do texto: T4350866
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