A travessia de Caronte
Livres são
Versos em vão
São beijos ao vento
Suor ao relento
Ofegantes abraços
Sufocando teus passos
Na espera
Sincera
De uma outra primavera,
O brilho do toque
dos lábios
Contradiz teorias
dos sábios
Que sonham apenas brincar...
E resta tanto a dizer,
mas deixo calar.
E onde andará você
que perdi no mirar
do horizonte
Na travessia de Caronte
No frio polar
do vazio que sobrou
quando você virou
e negou
me completar.
Livre estou,
pois livre sou
por não saber
Não ser.
E livres estamos
por todos os anos,
ou mesmo segundos,
em que juntos estamos
Para ir
e voltar
Para rir
e chorar
Pois se sou teu
quem escolheu
fui eu.