ATÉ QUE A VIDA NOS SEPARE

Arrastamo-nos...

por esta falsa vida à dois,

vivendo sós e mal acompanhados,

aguardando no hoje o que virá depois,

nas doces mentiras que trocamos

a navegar nesse barco naufragado.

E avançando por estradas sem caminhos

vamos nós acompanhadamente sozinhos

a nos fingir uma esperança que não temos,

alimentando sonhos que agonizam.

E quando o silêncio mórbido

a nos olhar de frente

e nos mostrar como num repente

almas vazias a fomentar o tédio.

Veremos então que só por covardia

vestimos ainda a triste fantasia

de meros fantoches viventes

na triste sina dos insensatos.

E mesmo quando a verdade nos encare

virá em nós as poucas vãs lembranças

e juraremos seguir ao infinito,

ATÉ QUE UM DIA A VIDA NOS SEPARE...!