Janela Fechada

A moça debruçada na janela, espera pelo seu paladino.

Está a pensar nas alegrias que virão com o casamento,

e novamente, o coraçãozinho quase infantil, suspira de amor.

Ela aguarda, algo impaciente, pela chegada do seu salvador.

Moça prendada, confeccionara o próprio enxoval.

Ele para debaixo da sua janela, e com a mão, lança-lhe um beijo.

Não! É só mais um bêbado arruaceiro, ébrio de amor.

Os dias vão passando, e nada do seu cavaleiro chegar;

a mãe resmunga lá de dentro:

_ Fecha essa janela, menina! Vem aqui me ajudar.

_ Por que ele demora tanto? _ a voz da rapariga soa aborrecida.

Seu corpo jovem, em estado quase febril, queima de paixão lasciva.

Não vê a hora de entregar-lhe seu corpo, porque a sua alma,

ah, essa já lhe pertence há tempos!

A moça debruçada na janela, não tira os olhos da rua.

Mas, eis que de repente, um homem ricamente vestido, com ar

de arrogância, passa de fronte à sua janela.

_ Oh, como ele pôde!

O cavaleiro está de braço dado com outra bela.

Trocara, a inocente plebeia, pela aristocrata dama.

Pobre menina!

Fechou a janela e encerrou-se na sua dor.