DIÁSPORA

Eu sou um e sou todos

Na busca de minhas multifaces.

O zodíaco me interpreta pela manhã

E me interpela nas tardes sazonais,

baldeando calhaus e pedras

Na bateia das noites monocromáticas.

Sou todos e sou mais um

Voejando no úmido hálito da madrugada,

Perdido nas entrefolhas amarelecidas do outono.

Sou afável amido

Engrossando a massa desiludida,

Fundida, engessada

Aos limites do prato que me apeteceram.

Meu displicente uniforme de civilidade,

amarrotado nos descaminhos rotos,

Se vê salpicado de ais e idílios mofos

E, aos poucos, bem aos poucos,

Vai se encontrando pelas dobras

E costuras de minhas perdidas utopias.

Paulo Pazz
Enviado por Paulo Pazz em 16/06/2013
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