Efémero
Quantas vezes falei com as pedras escuras
Do caminho, que se crispavam umas nas outras
Quando rebolavam por debaixo dos meus pés,
Pelo chão incerto onde eu próprio pisava?
Quantas vezes falei com o mar
Para que ele pudesse me oferecer o horizonte
Que vejo, o sol que lhe contempla,
As estrelas que o tornam mágico?
Mas, de que serve sonhar na vida
Se os sonhos se desfazem assim como
As ondas do mar batem nas rochas
Ou acabam por falecer nas baías?
São rios de água que me fogem
Por entre os dedos, são bolas de sabão
Que se desfazem pelo ar, mas são a
Vida de um tão breve e eterno momento!