A breve história de um homem despedaçado
Era uma vez um homem sem rosto,
Sem forma, sem cor,
Sem cheiro, sem vida, sem âmago.
Vazio, oco, inútil.
Por que é sempre assim?
Ele foi despedaçado
De forma dolente e vulgar
Pouco a pouco, foi-lhe retirado sua pele,
Sua carne e suas vísceras,
Pouco a pouco, foi-lhe tirado seu orgulho,
Sua honra e sua glória,
Pouco a pouco, foi-lhe retirado seus sonhos,
Seus desejos e suas memórias.
Até que restou isso,
Este mero acessório errante e supérfluo,
Sem forma, sem cor,
Sem cheiro, sem vida, sem âmago.
Vazio, oco, inútil.