VIOLÊNCIA
VIOLÊNCIA
Tinge-se o preto de rubro
Com o sangue que rola nas ruas
E ali está um cadáver que cubro
Para esconder do sol e da lua
Humanos passam indiferentes
Como se o inerte embrulho
Não fosse gente
Fosse entulho
O vermelho da paixão e do amor
Virou escarlate da dor
É sangue que se esvai
É vida que se vai
E todos resignados
Frutos do é assim mesmo
Como se matar a esmo
Fosse normal e legalizado
Choram muitos pela paz
No momento do aqui jaz
Mas no instante seguinte
Já transformam-se em contribuintes
Calam-se sem mordaça
Não quebram as vidraças
Para invadir a cidadania
E exigir o fim da vilania
Viram cúmplices do mau feito
Do resignado, não tem jeito
Arrastam-se na apatia
Entregam-se ao pão e circo
Com nefasta alegria