VIOLÊNCIA

VIOLÊNCIA

Tinge-se o preto de rubro

Com o sangue que rola nas ruas

E ali está um cadáver que cubro

Para esconder do sol e da lua

Humanos passam indiferentes

Como se o inerte embrulho

Não fosse gente

Fosse entulho

O vermelho da paixão e do amor

Virou escarlate da dor

É sangue que se esvai

É vida que se vai

E todos resignados

Frutos do é assim mesmo

Como se matar a esmo

Fosse normal e legalizado

Choram muitos pela paz

No momento do aqui jaz

Mas no instante seguinte

Já transformam-se em contribuintes

Calam-se sem mordaça

Não quebram as vidraças

Para invadir a cidadania

E exigir o fim da vilania

Viram cúmplices do mau feito

Do resignado, não tem jeito

Arrastam-se na apatia

Entregam-se ao pão e circo

Com nefasta alegria

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 07/06/2013
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