CONFISSÃO
Sou poeta, e não me gabo disso...
Quanta dor me arranca este mal em mim!
Se escolhera agora, se me fosse dito
Que escolher eu possa outra profissão.
Não escolheria uma cousa triste
Para ganhar na vida esse mísero pão.
Não trabalharia como as exéquias tolas,
Eu não molharia com meu pranto o chão...
Se escolhera eu possa, não diria embalde
Que a poesia é vã, ou qualquer cousa assim.
Não diria mal de tão sublime cousa,
Mas não queria essa cousa em mim.
Geraldo Altoé