DESERTO DA DOR
Ysolda Cabral
O empenho do jardineiro
Não é mais regar o jardim
Para que ele floresça
É para que seu amor
Pelas plantas desapareça
Obstinadamente vai em frente
Cada dia regando menos
Perseguindo o seu objetivo
Com determinação solene
O foco de sua meta ninguém lhe tira
Pode até sofrer danadamente
Mas nega com indiferença e se isenta
E nessa isenção segue
Sem se preocupar
Que o amor que tenta matar
Poderá se revoltar
Fazendo de sua vida
Um jardim sem flor
Sem perfume e sem poesia
Um verdadeiro deserto
De arrependimento e dor...
Recife-PE
31.05.2013
Em Reedição