Pingos Bravos
De olhos fechados
Lábios grudados
Cabelos presos ao chão.
Boca devassa,
Mãos atrevidas
Correndo quase sem respiração.
O cheiro é seu guia.
A lua seus olhos.
Os gritos vindos de longe é a razão do seu caminhar.
Mas não anda rápido
Esconde-se ao longe.
Toma cuidado para não ser visto.
Não pisa apressado,
Pois sabe a hora exata de chegar e também a de partir.
Perguntas ecoam a sua cabeça
Quem quer saber?
O que vai buscar?
O que precisa fazer aqui?
Para de olhar para o espelho!
Grita o reflexo que a encara.
Eu sempre estive aqui!
Eu nunca fui embora!
Eu sou o camaleão dos seus pesadelos.
Ela é a outra.
Aquela que você pensou ter partido.
O reflexo que você pensou jamais existir.