REFÚGIO
Aí de mim, que de tanto te amar
Me perdi nesse vazio, onde a solidão
É esse labirinto, onde me perco, e
Me descubro habitada no teu ser.
Aí desse amor, que como fel, dilacera
Mata, corroí um sentir, quando
Inflama a esperança, e deita suplicando
Um alento, ainda que seja morrer eternamente.
Aí de mim, que de tanto te amar, vago
Em desalento, nessa sórdida amargura, que
Marcou minha vida, hoje tão inquieta
Já me sinto ausente, da existência da vida.
Aí de mim, que saí por aí, gritando
Ao mundo um regaço, onde minh'alma
Inflamada, em tantas desilusões, acreditou
Suportar essa dor, que dilacera minhas vísceras.
Aí de mim,que de tanto te amar
Perdi meu vigor, hoje feito porto na solidão
Agonizo, suplicando ao mundo, o manto
Sagrado, o refúgio dos esquecidos.