Semeadura

Reflexo do meu Eu,

Deixo meu corpo flutuar...

Semeadura

Seu esqueleto cavalga as corredeiras

Sêmem fertilizado por Priapo

Nas suas idas e vindas

Rejuvenescedoras.

– a estiagem chegou-

Coloridas, as casas dos pescadores

Fincadas como cruzes no seu leito

Aquietam as vozes! Covardes!

Lá embaixo, a mortalha recobre suas águas

Meu corpo desnudo neste pesadelo

Busca a salvação para os horrores

Deste desamor, deste desrespeito

Total desumanidade.

Desviaram suas águas

Desviaram sua rota

Secaram seu leito

Mas o grito da seriema revela

O lodo fétido deste massacre, brota

Nas imagens da morte.

O som da prece rompe o silêncio

Povo -covarde- agora, - sentinela-

Sinto a vida ressurgir enquanto eu...

Acordo!

Ana Marly de Oliveira Jacobino
Enviado por Ana Marly de Oliveira Jacobino em 15/05/2013
Reeditado em 27/05/2013
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