Semeadura
Reflexo do meu Eu,
Deixo meu corpo flutuar...
Semeadura
Seu esqueleto cavalga as corredeiras
Sêmem fertilizado por Priapo
Nas suas idas e vindas
Rejuvenescedoras.
– a estiagem chegou-
Coloridas, as casas dos pescadores
Fincadas como cruzes no seu leito
Aquietam as vozes! Covardes!
Lá embaixo, a mortalha recobre suas águas
Meu corpo desnudo neste pesadelo
Busca a salvação para os horrores
Deste desamor, deste desrespeito
Total desumanidade.
Desviaram suas águas
Desviaram sua rota
Secaram seu leito
Mas o grito da seriema revela
O lodo fétido deste massacre, brota
Nas imagens da morte.
O som da prece rompe o silêncio
Povo -covarde- agora, - sentinela-
Sinto a vida ressurgir enquanto eu...
Acordo!