O VENTO, O POVO, O POLÍTICO!
Quatro, Cinco, Seis horas da manhã, frio
Se aglomera aos poucos, se comprime a multidão
Fugindo do vento gélido e da garoa fina
Esperando ansiosamente a lotada condução!
Não é justo, não é certo, é inacreditável
O descaso que os políticos sempre destinam
A essa gente lutadora, nobre e ordeira
Não faz sentido porque tanto procrastinam!
Não fazem nada em prol da comunidade
A não ser que seja perto de uma eleição
Caso contrário tudo é destinado ao seu uso
Está rejeitado, está arquivado por antecipação!
Quatro, Cinco, Seis horas da manhã o povo espera
O ônibus público e mais alguma outra solução
Um milagre talvez ou outro argumento parecido
Que possa de alguma forma impedir a lotação!
Impossível entender como essa toda gente
Consegue nesse ônibus bravamente se meter
É claro: segura a respiração, não tira o pé do chão
Pois não dá sequer para uma formiga se mexer!
Enquanto isso em outro ponto da cidade
Num palácio, numa cobertura ou numa mansão
Desloca-se de um heliporto um Deputado
Num helicóptero com o combustível da nação!
Não basta, excelências de tanta hipocrisia?
Um dia “sua casinha de cimento vai cair!”
Todos os seus argumentos mentirosos e falsos
Um dia com o tempo gélido vão sumir!
Não é justo, deputado o senhor vir contribuir
Com a desigualdade social, com o abismo existente
Entre as classes que se entrecruzam todo dia
Toda hora, todo momento, irremediavelmente!
Ó senhores políticos não fazem ideia, o frio
Nessa horas da manhã é gelado e entrecortante!
Mas, não fazem a mínima ideia do que estou falando
Porque os senhores habitam um mundo distante!
Enquanto isso a população espera incansavelmente
As quatro, as cinco, as seis horas da manhã a solução
Que o vento leve esse frio, juntamente com o “ar sombrio!”
Que lhe arrasa o sentimento e destrói sua ilusão!