SORRISO EM TESTAMENTO
Ysolda Cabral
Na ausência dos nossos poemas:
Natais, Carnavais...
Antonio, João, Pedro... Santos sem mantos...
Tantos vendavais!
Tantos ais! Tantos desencontros!
Aniversários vazios disso, daquilo.
Inexistência aos montes!
Muitos labirintos indo e voltando.
Lírios, cheiros, versos sensuais, puros, líricos;
Nascimento, encontro, união...
Alianças nem pretendidas já desfeitas.
Introspecção, decepção, solidão?
Nada que requeira explicação!
Eventos sem datas ou aleatórios,
Os quais, atropelados pela vida nos faz:
Equívoco do destino pela gente edificado,
Sem atos, sem sonhos, sem tempo e sem poesia.
Apenas bordados de tristeza ou alegria.
Eis os fatos e nada mais!
Pelas poucas flores que recebi;
Pelo desejo que não causei;
Pela declaração de amor que li, escutei,
Mas, sinceramente, não acreditei...
Deixo-lhe o meu sorriso para que sorrias,
O quanto quiseres e puderes dele sorrir, usufruir...
Quanto aos meus versos? Joga na lata do lixo.
Eles nunca tiveram valor e nem serventia!
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Recife-PE
10/05/2013
Apenas pretensão
de poesia