Ahh!! Se meu coração parasse de bater!!!
Ahh!! Se meu coração parasse de bater!!!
Terminados pois, os múltiplos reveses
Triunfo das angústias e da morte
Na "caluda" poeira do meu sepulcro.
Ahh!! Se meu coração parasse de bater!!!
Estaria liberto do meu irredimido ser
Da minha "quase" vida vã
Tombaria fácil no campo da batalha moral
Revendo "de relance" na memória
Todos os dias tristes do passado.
Ahh!! Se meu coração parasse de bater!!!
A indolência (já prostrada) cessaria
Empoeirada, sôfrega e latente
Sob a lama de um monturo
Enterrada na cova da impiedade.
Ahh!! Se meu coração parasse de bater!!!
Findaria meu cárcere de lágrimas e penúria
Um sopro de luz, fúlgida ao longe
Em gotas esparsas jazeria.
Ahh!! Se meu coração parasse de bater!!!
O báratro da minha existência findaria
Ante a espada reluzente e colérica
Livrando o mundo do ser infeliz que sou.
Que bom que meu coração não parou de bater!
Pois minha vida ainda pode ser ditosa
Com páginas de esplendor
Onde a lágrima pungente e redentora
Vinda das remotas altitudes divinais
E secando à brisa rejuvenescedora
Enche-se de esperanças
Para sofrer novamente e lutar.
Nota do autor: esta poesia/desilusão foi escrita por mim, inspirada no sentimento de tristeza que meu filho de 17 anos emanava literalmente pelo olhar ante à situação de um amor não correspondido. Ontem (07/05/13), ele retornou para casa, no meio da manhã. Não tinha cabeça para assistir as aulas. Chegou em casa sofrendo. Sua dor tocou minh'alma e precisei "vomitá-la" através do texto acima. Já me sinto melhor, e ele, após a leitura do poema supra, conversou comigo demoradamente e já está melhor do que eu. Estou muito feliz por ter ajudado meu filho com meus singelos escritos. Amos meus três filhos (João Marcus, Marcus Davih que vcs bem conhecem, e meu anjo de doçura e amor chamada Ana Clara).