Meus olhos perdem o brilho
Meus olhos perdem o brilho, espelhos da alma
Pupilas cansadas de ver tanto sofrimento
Perder o brilho do olhar é estar perdendo vida
E sendo assim, quer dizer que estou morrendo
A cada dia que acordo, sei que falta algo, alguém
Um vazio que escurece a alma e desta forma o meu olhar
Desmotivado, a energia que pulsa, pulsa sem sentido
Sentido que não encontrei ainda, ou não encontrarei
As pedras no meu caminho ainda existem
Prontas para se transformarem em montanhas
No deserto, tudo seco, onde só caem minhas lagrimas
Apagando a chama que havia em meu coração
Destruído, falhei em ver a realidade
E ainda pago pelos erros dos outros
Pois abandonar, deixar a doce criatura chorar é errar
Mas quem na vida sofre sou eu, ao sentir seu desdém
Mas como dizem, o que não me mata, me fortalece
O problema é que sou fraco, e seu erro me mata
Vagarosamente, ao tentar entender o inexplicável
Me perco mais no que já entendo e a partir disso
A luz do fim do túnel se apaga, ou ela ao menos já existiu?
É valido recomeçar, porque a dor faz parte da linha tênue
Entre o nada e o tudo, mas recomeçar de que forma
Se a dor é o preço que se paga pela chance de existir
Amanhã, se alguém causar a mesma injúria, apedrejarei
Justamente com as pedras que sempre me atrapalharam
Pois se algum dia eu errei, foi ao errar que encontrei
A sina humana de sofrer, e com isso aprendi
Que ao perder os brilhos dos meus olhos
Morrerei sem ao menos saber a razão de tudo isso.