Meus olhos perdem o brilho

Meus olhos perdem o brilho, espelhos da alma

Pupilas cansadas de ver tanto sofrimento

Perder o brilho do olhar é estar perdendo vida

E sendo assim, quer dizer que estou morrendo

A cada dia que acordo, sei que falta algo, alguém

Um vazio que escurece a alma e desta forma o meu olhar

Desmotivado, a energia que pulsa, pulsa sem sentido

Sentido que não encontrei ainda, ou não encontrarei

As pedras no meu caminho ainda existem

Prontas para se transformarem em montanhas

No deserto, tudo seco, onde só caem minhas lagrimas

Apagando a chama que havia em meu coração

Destruído, falhei em ver a realidade

E ainda pago pelos erros dos outros

Pois abandonar, deixar a doce criatura chorar é errar

Mas quem na vida sofre sou eu, ao sentir seu desdém

Mas como dizem, o que não me mata, me fortalece

O problema é que sou fraco, e seu erro me mata

Vagarosamente, ao tentar entender o inexplicável

Me perco mais no que já entendo e a partir disso

A luz do fim do túnel se apaga, ou ela ao menos já existiu?

É valido recomeçar, porque a dor faz parte da linha tênue

Entre o nada e o tudo, mas recomeçar de que forma

Se a dor é o preço que se paga pela chance de existir

Amanhã, se alguém causar a mesma injúria, apedrejarei

Justamente com as pedras que sempre me atrapalharam

Pois se algum dia eu errei, foi ao errar que encontrei

A sina humana de sofrer, e com isso aprendi

Que ao perder os brilhos dos meus olhos

Morrerei sem ao menos saber a razão de tudo isso.

Anderson M Lima
Enviado por Anderson M Lima em 03/05/2013
Código do texto: T4271614
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