O pavor da culpa

Mea culpa, ó ave santa,

espalha essa mágica em tua alma,

olhos de vidros, falta-te a pedrada

presa em minhas mãos fechadas em tudo.

Ó! céus, caia tudo sobre a terra.

Pisoteá-la-ei com os pés da era.

Sobre ti meu peso e o peso fica,

saberá de nós, quem sabe, o amor da vida.

Basta sê-lo, ó Deus, a dor do mar.

Águas venham a beber seco absurdo,

doce e atrevido precipício do descuido,

ó! ave, ave santa, santa em tudo.

Venial, tendo eu culpa e a culpa esculpida,

geme o corpo assombrado a pedir guarida,

mansa ilusão vai-se atrevida

a bater com as asas da santa liberdade viva.