COELHINHOS
Coelhinhos quietinhos, sentados, bobinhos, olhando o passado...
Passado da horta, verde.
Passado da torta, doce.
Passado buraco...Triste!
Coelhinhos sentados,
De olhos vendados,
Sem ver o futuro!
Cavoucam e buscam
Buracos no escuro!
A meta!
A seta acerta!
O furo!
Encaixa e perfura,
Quanto mais rima, fundo!
Quando mais cisma, foge do mundo!
Coelhinhos se foram...
Cada qual segue sua toca.
Um dá meia volta,
Outro se entoca!
Cada coelhinho!
Olhos vermelhinhos, brancos, fofinhos!
Cuidam dos filhinhos!
Fazem beicinhos!
Se lambem!
E movimentam!
Comem rúcula, alface, pimenta!
Pulam cercas!
Acercam-se de outros jardins!
Experimentam cenouras, papoulas,
Gostos e temperos!
Flores rosadas que não murcham!
Raspam suas caminhas com seus dentinhos,
Dormem ao frio agarradinhos!
Um vive a vida tranqüila...
O outro vai ser comido
No restaurante fino da Europa!
Esta é a vida, o destino, de dois lindos coelhinhos branquinhos!