MAIS MORTA DO QUE VIVA

"Vivo, mas já mais morto do que vivo,

A sofrer, a penar, sem lenitivo"

(Conde de Monsaraz)

Eu ando triste e abatida,

Como a flor na haste, pendida

Pelos açoites do vento…

"Não tenho a luz d'esperança",

"Nem um sopro de bonança"

Gozei por algum momento!

As lembranças me fugiram!

Os meus amigos partiram!

Nunca mais hão de voltar!

Tudo, tudo vai passando…

Aqui, vejo-me chorando!

Espero a morte chegar!

"Querer morrer não é crime!"

Fero fardo que comprime…!

Quero da campa a friez…!

Ó, Morte de meigos braços,

Vem atar-me aos abraços…

Vem! Vem logo d'uma vez!

A minh'alma 'stá cansada!

Vida amarga e sem graça,

Co'estranheza te sinto!

Cansei do mundo cruel,

"De profundo lodo" e fel!

Despeço-me… 'Stou partindo!

angelk
Enviado por angelk em 27/04/2013
Reeditado em 27/08/2015
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