É Noite, Alta Noite
É noite, alta noite
desta vida miserável
onde fantasmas há muito desencarnados
insistem em se fazer presentes.
Tantos nomes, tantos sonhos já passados
insistem em se fazer presentes.
Com Neruda uma valsa, vestida de sangue
Com Iscariotes, entranhas estranhas
Com Bonaparte frio e horrores
Com a Revolução, muita ilusão
Liberdade, Igualdade e Fraternidade
Tudo, todos
viraram fantasmas
fantasmas passados
vislumbres presentes.
Alta é a noite
sempre alta,
nunca um raiar de sol,
nesta vida,
vida de ninguém.