Apenas uma face da ternura


Esqueça-me que um dia já passei,
Lembrando na estação das horas,
O meu nome unido ao teu e não acertei
As labaredas da união de rosas airosas.

A ponte se quebrou no final,
Desventurada e sem glória,
Vestindo apenas a alcunha de amor,
E restou, as sobras das amarguras.

Na pulseira andante sem roseira,
Ornado pelas abatidas pétalas dos olhos,
Vagueia no horizonte atrapalhado,
Sem beira e fogueira de carícias.

Reparte a aflição que arde na face,
É pouco ou quase nada ou nenhuma,
Crucificação que não se mede,
Quando não fica nos olhos de alguém.

Não esprema as horas que irão passar,
Entre o ocaso sem a lua e estrelas,
No véu negro que cobre os meus olhos,
É passageiro tudo o que vem e vai.

Vou seguir o relâmpago sem trovejadas,
Silenciosamente deixando os brotos dormirem,
Na tua acomodação que fica na memória,
E saber que um dia fostes minha guria.



Recebo a maravilhosa interação do mestre Jacó Filho nos versos que ilustram esta sala poética:

Um passado que se torna poesia,
Serve de base pra emoções novas...
Viverá conosco e nos leva a cova,
Quando a saudade provocar agonia...

Obrigado pela fascinante interação, Jacó Filho



Vídeo:
http://www.youtube.com/watch?v=p2A2tTjC3oo



ERASMO SHALLKYTTON
Enviado por ERASMO SHALLKYTTON em 21/04/2013
Reeditado em 22/04/2013
Código do texto: T4251401
Classificação de conteúdo: seguro
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