Restos "mortais"
Que sentimento chato
vai e vem, e me dá um laço
daqueles que nem promessa
desfaz o nó pelas asaversas
Ele não dói, mas permanece
e enfraqueçido se apodreçe
mas os restos ainda se vê
e neles enxergo você
Se vejo um menino na rua
De cabelos lisos e tez crua
Sem maldade, e olhar doce
pareço estar te vendo, há se assim o fosse
Teria curtido a sua infância
de que da minha tinha até uma distância
mas não tão grande quanto o sentimento
reprimido a sete chaves, me maltratando em gemidos
E cheia de mal entendidos
que me aflingiam e zumbiam os ouvidos
que mais cansavam ao ver que tinhas sumido
e as palavras tão sonhadas foram sepultadas na lagoa
E tranbordou durante meses
bem menos quanto tu vivestes
mas bem mais severos que o inverno
e transformou minha vida num inferno
Uma coisa percebi nesses anos
que perdi muito tempo pensando
em amores que deixei
que nem ao menos me aproximei
E se o certo é deixar pra lá, já tentei
só que resquícios me sobrevêem
pois por onde passo você vem
é como uma sombra, sem matéria, sem ninguém
E aceitar é a única solução
não tem porque andar na contramão
e deixar o coração falar
quando ele quizer se expressar
Não tem porque me agarrar
a quem não tenho mais direito de abraçar
talvez ainda num aprendi a aceitar
que o presente do amor tenho que abdicar
E outro poderá estar a caminho
à espera de a mim compartilhar
o que ele tem pra dar
e se vê na pureza do seu olhar
Só não sei, em meio a minha situação
quanto tempo ele vai me esperar
até a gente conversar
e nesse novo amor me deleitar!