VIAGEM DE VOLTA
Ruas abertas, retas outras destorcidas
É assim que vejo a cidade por onde ando
Cidade onde deixei um passado
Cidade que um dia disse ser minha
Hoje caminho por ela e já não vejo nada do
que aqui um dia deixei
Ficaram sepultados aqui meus sonhos
minha juventude,meus anseios
a cidade que deixei cresceu e sepultou todos que aqui deixei
A cidade alma doce que respirava ares cheios de oxigênio
Hoje austera sarcasticamente
aspiras mais gás carbônico...
As ruas de pé de moleque ganharam asfalto
a cidade se incendeia, formosa ,pecadora
Suas inocências assim como meus sonhos ficaram sepultadas
Misturaram-se com o pó se perderam no tempo
Tornaste pra mim estranha, como estranha sou pra ti.
Aquela casa onde nasci e cresci... Eu a sabia de cor
Estarrecida vejo que dela nada restou.
Aqui não reconheço mais os meus sonhos
Eles ficaram gravados apenas na memória
E perdidos no tempo nas ruas incertas
Dessa cidade estranha.