Doce ópio.
Fechei os olhos.
Me lembrei do beijo que nunca existiu,
da despedida de quem nunca partiu,
palavras que jamais pronunciei,
canções que também não cantei.
É quando o coração fala,
a timidez retruca.
Me trava,
me cala.
Rotina olhar teus olhos de sol.
A cada lampejo,
fico bobo,
me enrolo,
gaguejo.
Complico o óbvio.
Te faço meu vício,
meu mais doce ópio.
Noto hoje a verdade quando ouço falar.
Poetas de boutique
definitivamente não sabem amar.