Reticência

Sempre que estou

imensamente ferida,

me escondo,

sumo,

fico no meu canto

quietinha,

Derramo minhas dores

cantando na escrita ou

Conto para o recanto,

e se necessário até choro baixinho,

só meu travesseiro vê.

Não quero culpados por meus desabores,

não dou nomes para meus desamores,

e, principalmente me obrigo a nunca,

nunca mesmo,

nomear oque pode difamar,

ou parecer que sou melhor que alguém.

Se dou amor recebo desprezo,

vejo milhões de defeitos e entendo,

e nas menores falhas

Sou apedrejada

queimada viva, e,

Ainda que não morra,

fico aqui

assim sem cor, sem calor,

e sem amor

sou um porto que naufragou.