Circuito dos desenganos


Ainda me resta o meu silêncio,
Abafado na amargura dos dias,
Assolado em atos vulcânicos.
Eu, apenas inalo os absurdos,
Da periferia dos desenganos.
Não fale assim, vejas para mim,
Que a noite é uma bela aliança,
Na balança dos sentimentos,
Bons ou ruins são momentos.

Não me entristeça, Rosangela!
Com o espinho da linda rosa,
Aquela que um dia lhe ofertei,
E regozijei na toalha do amor.
Na urbe de Codó, onde saboreei,
O perfume do namoro e cor.

As suposições são apenas manejos,
Desse apego que me foi no adeus,
Nem mesmo as sílabas da minha boca,
Não... Não obtiveram alegria dessa vez,
E tudo assobiava contra o meu vento,
Até as bandas da minha camisa azul,
Não clareava com a gradação do meu céu,
Que se abriu no escarcéu desse meu pincel,
Quebrando a imaginação na rua da afeição,

Não me fale assim, Rosangela!
Com o espinho da linda rosa,
Aquela que um dia lhe ofertei,
E regozijei na toalha do amor,
Na urbe de Codó, onde saboreei,
O perfume do namoro e cor.

Eu juro que vou pisar com os mesmos passos,
Na circunferência das desilusões, sem outra vez,
E dizer às estrelas que suportarei a falta do amor,
Alimento que me banha e contorna no amanhecer,
Adquirindo outra luz mais radiante como a poesia,
Que de mim não sai e me espera a cada dia mais,
Fomentando aterro em cada linha, foge a tristeza,
Não é a minha natureza a fraqueza com rudeza,
E os dias andarão nos meus pobres passos de amor.

Ainda me resta o meu sossego,
Da harmonia que eu te abonei,
Serão eternas linhas de Caxias,
Que me fazem a miúda alegria,
Só, como o sol e a lua, eu estou,
Nesse amor que eu faço nascer,
Aparecer na praça vizinha minha,
É a alma que anoto apenas deste modo,
Nos versos com nuances do meu amor.



Poesia escrita em 10 de outubro de 1979


Vídeo:
https://www.youtube.com/watch?v=C2xel6q0yao



ERASMO SHALLKYTTON
Enviado por ERASMO SHALLKYTTON em 09/04/2013
Código do texto: T4231110
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