A Primeira Juventude
Aguerridos gritos altíssonos;
O sangue puritano assomava:
Efluía simplória vida...inflamava!
Eufóricos acordes undíssonos...
Nasci! Eutócico nas areias áureas;
preenchi meu ermo rúbico pulmão
com esta inarmômica elégica canção;
Olhei ás longínquas ondas equóreas...
Chorei! férteis grãos de ilusões...
Febo aquecia-me e me nutria,
mas o tempo, invejoso, à vida esfria...
Cresci! e, como o bardo Camões,
o Destino, tal apoquentadas ondas,
sugou-me estre o satírico esgar.
Ó etéreas mavórcias sondas
quiseram meu véu diáfano rasgar ?!
Contudo, as forças incognoscíveis
que retumbam denodadas entre essências,
tal os portentosos ígneos invecíveis,
protegeram-me das intangíveis malevolências.
Ah, o véu, sabiamente, perdurou ledo!
Radiante, flavo e incólume!
Minha ledice tornou-se meu lume,
mas, logo, frechado fui pelo medo...