MORTE À SOLIDÃO!

Fui morto,
matado.
De tão maltratado,
o meu coração  
assassinado foi pelo amor.
 
E, o pior:
Entrei em órbita
de tão exorbitado.
E, o mais cruel:
Sem direito
à certidão de óbito...
 
Minha alma,
sempre festiva e calma
hoje, perambula pelo espaço,
e, se ainda sobrevive é à deriva
numa nau de solidão,
argonauta perdido sou
dependurado  num fiapo
de um laço.
 
Quero já,
ressurgir das cinzas
como a fênix,
com toda alegria festiva,
alma enxuta e sucinta...
 
Ressuscitar...
e trazer de novo
a este corpo,
a minha própria vida própria...
 
Fogo aceso da paixão,
quero beber até cair num samba
de breque ou samba-canção
e levantar pra que não me neguem
a minha condição de passista.
Quero que você assista
a minha ascensão.
 
Por isso, quero beber
água, água, água!
Que afaga no amor,
apaga o fogo na dor
e enxágua toda mágoa!
Antonio Fernando Peltier
Enviado por Antonio Fernando Peltier em 08/04/2013
Reeditado em 08/04/2013
Código do texto: T4229187
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