Concerto

Distancias

A um velho amigo…

Generosidade faz ginástica na academia tão ocupada.

O horário acaba mesmo, e assim ela continua lá.

Grampeei as gorjetas atrás das grades, tecendo linho em algodão,

fazendo nascerem bombons.

Grã-fino esse verso assim, todo pomposo, me ignora.

Corte a grama, por grana. Hoje á noite o documentário, da graduação humana.

Gramático que escreve e ensina. Que grandioso!

Grafia que me conduz toda a verdade, quem sabe.

Que gozação nesse governo com o povo grácil, mais que covarde!

Humanidade, mais tarde.

Depois rezo o terço para a ave-maria. Maria! Que agonia, deixe o povo falar.

Eu acredito no sentimento, e mais ainda na própria vida.

É que as métricas e a melodia fogem assim, não sei por quê.

Bondade

Mas é ruim ser generoso, mas é danoso ser tão bondoso.

Porco que late a toda hora, essas crianças,

universitárias de infância.

Eu crio algo sem desejar, contigo aceito todas as gorjetas.

Contigo falo e até me calo.

Assim eu fujo pulo do muro, me ‘empalhaço’.

Só para ter você, o sentindo a todo instante.

Essa bondade tão dolorosa

caminha em passos curtos, passa por cima de seus espinhos.

Solte o som! Doce ou forte, amarga sorte…

Solte a poeira de seda, venha dançar na mesa;

Venha balançar os cabelos, requentados com a fumaça atmosférica.

Estes riscam a luz da noite.

A noite chegou !

Eu não irei sozinha de novo.

Na noite serei ,

mais uma humana

A se desesperar por falta de sorte.

Querendo falar, bondade darei no sorriso.

Mas as mãos ferradas…

Não sei se serão generosas com esse aconchego.

Certeza

Da velocidade alta que anda o pessimismo.

O dia chegou. Que bom, vou embora!

Subo em escadas agora. Me assaltam, mas não carregam a poesia.

Está feliz em meu peito. Balancei os ombros e levantei o queixo.

Não sou homem, e tenho neurônios a menos.

É que a poesia que renasce aqui é tão forte, é dura, e se julga ser valente e ousada.

[deixa chegar uma voz bacana e ela se treme de medo].

Medo

Ordem e progresso. Auguste Comte.

[contradições até na bandeira]

Sim, agora assim.

Camadas multifacetadas e o seu jeitinho.

Moral que nada, aqui não mora.

Receio algo tão definido

rouba até mais que um bandido.

É esse sentimento da gente, que passa.

Dez horas fazem

e a borracha atrás, só me apaga.

Construção

Reencontro-te depois mais tarde, como a nota sensata Tocando tua música.

Passarei na passarela, deslizando em tua calçada.

Eu reencontro na mesma noite

todas as canções já antes lidas. Aquela forma tão poética

vem condenando minha vida.

Se amanhã te reencontro, depois mais tarde me reconheço.

Como fumaça eu me desfaço, e neste canto eu permaneço.

E assim, antologia breve vai resgatando os sentimentos bem escondidos.

Mesmo humilhadas, todas as letras,

Mesmo cansadas, abertas a neologismos.

Reencontro-te poesia viva, e já me sinto assim tão fraca, vem me acolher

nesse teu ninho.

Eu cantarei, mesmo que breve. Uma canção mesmo que surda.

Resgatarei as frases ditas, e pintarei versos mudos.

Coadjuvar nessa magnífica obra, que é a vida comprimida, falada e escrita.

Sujeito inexistente, mas insistente meu verso,

Arriscando todas as letras, sem saber se quer a validade dos termos.

Falta ainda ostentação a um ser ambíguo, ovo metamórfico que esconde as entrelinhas.

Oxalá ,que o agora se repita, e eu conversando assim de novo, de novo.

Reencontro-te depois mais cedo.

E nesta dúvida que rege a vida, volto a dizer,

E logo digo: “eles passarão, eu passarinho”.

Eu que nunca sambei nessa harmonia, hoje toco pandeiro e faço folia.

Pego meu sabre e vou a luta, jogo meu verso e escorrego.

Choro de medo e desmorono. Logo me refaço e apareço.

Sei que permaneço, e faço letras assim e passo.

Em tua calçada eu moro. Em edifício, imploro; que transformem essa morada.

Deixa eu entrar na sua casa. Eu moro aqui, estou bem pertinho.

Espero a curiosidade para sua porta abrir.

Passo as noites sonhando em claro, imaginando esse embalo.

Que fará o reencontro, de nossas vidas, sei que é certo.

Vigarista o olhar, casas de alegorias.

Não serei uma construção de sonhos ou pesadelos.

Mas farei com que a palavra, na essência, não vague no esquecimento, mas acorde.

A mossa musica já foi perfeita.

Eu dava um reggae, você era meu pop.

Não me deixe só, não me deixe só, eu quero seu aroma em samba, depois dançamos

um rock. Aqui ou em Oxford, não me deixe só, eu te espero sempre.

Voarei como Inambu, e te direi sinceramente, que o amor desce verso que nasce

É duradouro, é imanente. Tão jovem sonho desacordado

Eu te refaço , em uma abraço. Meu amor, sei que é difícil .Mas por mais que eu

lamente.

É tão enorme o grado de estar aqui.

Tayla Ferreira
Enviado por Tayla Ferreira em 07/04/2013
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