A MERETRIZ

A MERETRIZ

Vida triste da pobre meretriz

a salonista das casas indecentes

distraída através de entorpecentes

pra fazer tudo aquilo que não quis.

Quando arranja um amor, é infeliz

pois é nascido de farra e bebedeira,

distraída naquela brincadeira

esquece vida de paz e de virtude,

perde a calma, o sono e a saúde

embriagada no porre a noite inteira.

A mulher quando é nova se envaidece

com amores, com trajes e perfumes

de alguém, com olhar e com ciúmes,

com abraço e com beijo que aparece

em todo fraco ambiente comparece.

Se diverte com brinquedo, farra e dança

se envolve no ódio e na vingança

e com prazer faz traição e falsidade

mas, quando cai no fracasso da idade

só miséria lhe chega como herança.

A mulher que não pensa, faz seu show

bebendo pinga em todo botequim

por gozação, pede a bebida mais ruim

para beber se escora em bangalô,

o seu prazer é está com gigolô

mas, depois da mocidade vencida

se torna feia, doente e aborrecida

e a velhice apaga seu desejo

falta roupa, amor, abraço, beijo

e solitária termina, triste vida!

Quando nova a mulher pensa ser nobre,

metida em luxo se joga em bebedeira

e só depois dessa feia bagaceira

se lembra que a carne é suja e pobre,

alucinada estraga o último cobre

inveterada num copo de bebida,

se caminha na rua é distraída,

em sua casa lhe falta o próprio pão,

se transporta escorada num bastão

e se alimenta com sobras de comida.

Mulher mundana, aceita cabaré

como lar de repouso e residência,

não acredita na Santa Providência

e nem sabe uma Igreja como é

é paupérrima demais a sua fé,

não entende o que é a liturgia

desrespeita o Padre, a Sacristia

e ignora um ancião que está passando

só se lembra que Deus existe, quando

desgarrada, sem nada ver-se um dia.

Mulher nova ver na sociedade

fotocópia do corpo do orgulho

sem lembrar que depois vai dar mergulho

na cacimba barrenta da idade,

quando perde o prazer da vaidade

por certos imbecis, inculto, gama

em mãos frágeis termina seu programa

pois a morte, de vir não esquece a data

a terra com a matéria putrefacta

que depois, vira pus,vasculho e lama.

Mulher mundana se finge ter amor

a um homem que tem capacidade,

mas por causa somente da idade

ela começa trai-lo no setor,

deixa o homem que é trabalhador

para debruçar-se na janela

atender a um coió que vem pra ela

muitas vezes de um giga vagabundo

e ela pensa enganar a todo mundo,

mas o engano recai por cima dela.

DE A. A. A.

Antonio Tavares de Lima
Enviado por Antonio Tavares de Lima em 27/03/2013
Reeditado em 15/04/2013
Código do texto: T4210368
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