Palavras...
Palavras ao vento,
gritadas, sufocante ser.
Em tons ensurdecedores,
corroem o íntimo mais forte,
do sensato coração.
Palavras jogadas, lançadas,
como sementes em pedras,
nem a mais pura água,
é forte o suficiente,
para forçar as raízes à vida.
Certamente nessas pedras,
tem um montinho de terra,
entre as fendas rochosas,
esperando a beleza da declaração,
do amor declarado, desejado.
Palavras torpes, vãs tentativas,
camufladas em verbos,
discordantes, díspares,
arraigadas num ego,
num eu tão supérfluo,
em tons destoantes,
nas vagas tentativas,
de um tempo ocioso, perdido,
não conquistam,
pois o coração que ama,
sente, chora, deseja,
e numa análise crítica dos tons,
decide se ouve ou escuta,
o gemido das pedras,
sedentas do amor,
que em palavras não chega!