Por engano
Enfeita-se a cidade nas festas.
Infesta-se o mato de feras.
Prossegue o desfile colorido.
Persegue a voz da razão.
Bando de sorrisos, turma de alegria,
na esquina o cinza está.
Olhos abertos, danças cegas,
na própria cova sem parar.
Flores perfumadas, tirem suas pétalas,
cubram os corpos decompostos.
Batam, ondas, na praia desaparecida,
entre túmulos e precipícios.