Culpa
Porque andas cabisbaixo e quieto
Peregrinando sem rumo certo?
Talvez o incerto seria o contrário
Ou contrário, nada seria.
O que buscas em andanças infindas,
Tortuosas e cruéis?
Pés feridos
Corpo cansado e em frangalhos
Alma partida, sem cor, sem cheiro
Sem vida...
Vida corrida
Escura...sem o brilho do sol,
Sem a leveza das águas, do ar.
O sopro quente de minha boca,
denuncia a minha única fonte de calor
Que acalma o meu ser
E me põe a pensar
Pensar nas alparcatas apertadas
Que rasgam meus pés e sangram minha carne
Sem ter o direito de me curar
Com a cura de o teu olhar.
Pensamentos retidos em nada
E em nada querendo pensar.
Observando apenas a culpa de um dia
ter crescido.