Culpa

Porque andas cabisbaixo e quieto

Peregrinando sem rumo certo?

Talvez o incerto seria o contrário

Ou contrário, nada seria.

O que buscas em andanças infindas,

Tortuosas e cruéis?

Pés feridos

Corpo cansado e em frangalhos

Alma partida, sem cor, sem cheiro

Sem vida...

Vida corrida

Escura...sem o brilho do sol,

Sem a leveza das águas, do ar.

O sopro quente de minha boca,

denuncia a minha única fonte de calor

Que acalma o meu ser

E me põe a pensar

Pensar nas alparcatas apertadas

Que rasgam meus pés e sangram minha carne

Sem ter o direito de me curar

Com a cura de o teu olhar.

Pensamentos retidos em nada

E em nada querendo pensar.

Observando apenas a culpa de um dia

ter crescido.

George DAlmeida
Enviado por George DAlmeida em 24/03/2013
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