Aos pares e aos ímpares

A discordância é uma afronta

Para quem vive em firmes areias movediças

Para quem vive ao sabor das ordens e dos comandos mudos

A busca inglória da união bem-sucedida, bem-humorada

Da náusea reconfortante

Da sincera imitação

O exemplar do efêmero

A ditadura do ridículo

Uma orquestra do mau gosto

A espontaneidade é outra afronta

Aos pares, e aos ímpares

Um copo de culpa, na justa medida

Dos viciados em luxo, sem saber o que é

É a estética da prisão

Do eu contra o ser

Sua ilusão não me engana

Ser feliz não é mais uma condição

É uma faca que ameaça a garganta