Cibele e Attis
Cibele
Em meio a tantas e tantas obrigações
Negatividade era o que havia em minhas emoções
Ao olhar minha face refletida na água
Em minhas vestes multicoloridas
Eu já não enxergava beleza em minha vida
Cercada por cobras e leões
Coroada de flores e espigas de cereais
Nada me importava
Nada me confortava
Nada mais me consolava
A solidão apossou-se do meu ser
De repente, a escuridão se dissipou
A aflição acabou
Vós que trouxestes cor e alegria
Como as flores que brotam em um jardim
Anunciando a chegada da Primavera
Juro-te amor eterno!
Seja na luz ou nas trevas
Seja na Lua ou no Sol
Jamais deixar-te-ei só
Attis
Desde que nasci,
Sempre soube que meu refúgio é em ti
Desde que nasci,
Sempre soube que o teu amor é todo para mim
Minha mãe, minha protetora
Minha amante, minha consoladora
Ao tocar-te e sentir o gosto dos teus lábios
Desfruto o mágico que contém a Lua, no outro lado
Um belo dia, ao caminhar pelas montanhas
Deparei-me com uma bela donzela
De cabelos longos e pele macia
Uma inocência que até no sonhar me contagia
Sem querer apaixonei-me tão loucamente
Que o passado se evanesceu de minha mente
Sem rumo e sem direção
Procurei não mais ouvir a voz da minha emoção
Não aguentando mais esse sofrimento
Fui em busca da bela donzela
E eu sei que de braços abertos por mim ela esperava
Por este encontro meu ser ansiava
Então, eu a encontro
Semblante dócil
Uma sereia
Predestinação das almas...
De Zeus peço sua mão
E enfim, união!
Como sempre tocadas nas Harpas de Apolo
Cibele
Ao ouvir aquelas palavras,
Por Zeus, Que sentimento humano.
Mas ele será meu por todas as vidas futuras!
Por toda eternidade
Meu amor transformado em sofrimento...
“Durante muito tempo,
Dediquei os melhores momentos de minha vida
Para aquelas pessoas que eu julgava como prioridade
Mas sem pensarem no meu grandioso amor,
Traíram-me com tanta crueldade
Que na mesma moeda retribuirei a esta maldade”
Pensei eu.
Sem pensar,
Deixei-me levar pelo sentimento da traição
Meu coração transbordava de ódio, ele é meu!
Como ele pôde ter sujado seu corpo?
União selada. Nunca!
Apaixonaste tão loucamente?
Loucamente morrerá!
Ninguém mais há de me desafiar
Eu sou uma Deusa, esse é meu decreto
Que assim seja, assim será.
Ó meu pobre amado
Tão frágil...
Embebedou-te com teu próprio sangue
Perfurou-te até a morte
Perdoe-me pelo ciúme que te pôs um fim
Perdoe os cegos olhos do meu coração
A Lua é testemunha do meu Luto
De corpos estaremos separados
Mas na alma, sempre estaremos interligados
Amar-te-ei para sempre meu pobre amado.
Lanna Areque