CARNAL DESESPERO .

Eu aguardei com suspiros...

E o vento,

Atenuando o meu instinto,

Esvaindo na fumaça do cigarro,

E no voo das aves,

O surgimento anônimo,

No grande porto da vida,

Essa embarcação noturna,

Que me trazia

Aquela com lábios evidentes,

Possuindo um olhar indubitável...

Mulher com dedos espirituais

E braços religiosos...

Aquela mulher d’aurora,

Com chamas pelo corpo,

E silenciosas suplicas nas pupilas.

Amada que não surgiu

Como a noite prometera,

Numa oscilante nuvem,

Acordar meu coração

De cinzas e alguma carne...

Amante que esqueceu-se não sei aonde,

A punir meus dias involúveis...

Ou a asfixiar meu sexo no esqueleto

Deste carnal desespero!

Tomb
Enviado por Tomb em 19/03/2013
Código do texto: T4196081
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