Confissão
Verdes meus olhos azuis?
Escondem todo o breu.
Tudo que digo ser meu
Não passa de uma cruz.
Deste traje sobem insetos
Do pé sujo a passeio,
Perco tudo o que creio.
Verdes meus olhos abertos?
Jaz defunto este impuro.
Lambe seu negro veneno.
Se ganha só perdendo.
Da luz se vai ao escuro.
Que rogo por piedade,
Menino de juvenil andar,
Que passa a amar
Aquilo que é maldade.