Confissão

Verdes meus olhos azuis?

Escondem todo o breu.

Tudo que digo ser meu

Não passa de uma cruz.

Deste traje sobem insetos

Do pé sujo a passeio,

Perco tudo o que creio.

Verdes meus olhos abertos?

Jaz defunto este impuro.

Lambe seu negro veneno.

Se ganha só perdendo.

Da luz se vai ao escuro.

Que rogo por piedade,

Menino de juvenil andar,

Que passa a amar

Aquilo que é maldade.

Izaías Serafim
Enviado por Izaías Serafim em 17/03/2013
Reeditado em 17/03/2013
Código do texto: T4193382
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