Fumaça

Enquanto os pincéis humanos,

Pintam a aquarela da fumaça;

Muitos estrangeiros e italianos,

Aguardam sôfregos na praça,

Padeço cá meus desenganos,

Tonteio da própria cachaça...

Não creio em solução mágica,

nem em deuses de carne e osso;

Carne sempre vira autofágica,

Se negarmos café e almoço;

Prefiro outra menos trágica,

Essa que comporta sal grosso...

Não vão encenar meu drama,

Serei eu a cuidar dessa banca;

Esse espaço à mesa e na cama,

E o coração com entrada franca,

Há muito que elegi minha Mama,

Mas, nunca sai a fumaça branca...