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Abandono

Soturnas flores despidas

Do perfume  que exalavam
Perecem pisadas sem pena
Perdidas em funesta cena

 
Dos caules fragilizados
Desprendidas ä revelia
Entregam-se  assombradas
Aos anônimos das calçadas

 
Identidades  furtadas
Sob  passos apressados
Estupidamente gelados
Fios de vida  ignorados

 
Vem o vento matinal
Empurra-as  nos bueiros
Sem tempo para despedidas
Sem esperança ou guarida

 
Murchas pétalas pisoteadas
Massa de flores amorfas
Desbotadas, inodoras
Agonizam  ante a demora

  
Sobram pedras e vidraças
Sementes desintegradas
Sobram  retalhos de sonhos
Nos vazios jardins tristonhos.

                                   Ana Stoppa




 


 
Ana Stoppa
Enviado por Ana Stoppa em 10/03/2013
Reeditado em 10/03/2013
Código do texto: T4180511
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